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HOMENAGEM

GREAT TEACHERS INSPIRE, MOTIVATE, CHANGE THE WORLD

Pequena homenagem póstuma à profa. Maria Helena Monteiro Viana Horta

Nascida em Juiz de Fora, casou-se com o Eng. Hilário Rey Horta, com quem teve três filhos. Lecionou inglês no Colégio Imaculada Conceição em Leopoldina, onde morou por cerca de trinta anos. Durante sua permanência na cidade, manteve um curso particular regular, em sua residência.

Ela sempre disse que gostava de lecionar porque “...há alguns alunos, não muitos, mas alguns são o bastante, que a tornam (a profissão de professor) compensadora. Se numa turma de trinta você tem cinco ou seis que realmente se interessam, você fica tão feliz que esquece o resto.”

D. Helena morava em Belo Horizonte, onde faleceu na noite de 12 de abril de 2013.

Certa vez, em entrevista, contou que, na 8ª série, sua “matéria fraca” era o inglês e isto a levou a procurar um professor particular. Através de uma colega, conhece o nativo Charles Terrell e, no ano seguinte, seu pai, então aos cinqüenta anos, decide participar das aulas com ele. Juntos estudaram inglês por mais de seis anos, em Juiz de Fora. Pôde assim ajudar seus irmãos, irmãs e alguns amigos também, quando se encontravam em dificuldade na escola.

 

Personalidade forte, carismática, de natureza objetiva, extremamente prática e moderna, D. Helena, assim conhecida por todos, soube, como ninguém, conquistar o coração daqueles que dela se aproximaram. Às vezes, D. Helena nos preparava um lanche à moda americana, com hambúrguer e coca-cola. Noutras ocasiões, nos oferecia café com creme e bolo de chocolate. Senhora de seus domínios, muitas vezes a vi carregando um grande molho de chaves à cintura...

Sua casa era acolhedora e estava sempre aberta aos estudantes, aos visitantes, aos jovens participantes de programas de intercâmbio cultural, enfim, era um ponto de encontro obrigatório para os interessados em aprender e praticar o idioma novo.

Lá havia uma enorme coleção de livros importados, que ela avidamente devorava, centenas de LPs dos mais importantes ícones da música pop americana, com destaque especial para seu ídolo maior, Frank Sinatra. Num caderno grosso, pautado, juntava poemas, anotava frases memoráveis, extraídas de sua vasta leitura, e eu, particularmente, me sentia fascinado por aquele lugar. Impossível não lembrar dos muitos ventiladores espalhados por todos os cômodos, para minimizar o intenso calor do nosso verão.

Para nós, crianças, a espaçosa casa lembrava uma edificação militar, austera, erguida sobre sólida base de pedras escuras, paredes brancas, grandes janelas azuis envidraçadas. Era a residência oficial do engenheiro chefe do DNER. Aquela casa tinha o cheiro do Tempo. Repleta de fotos, peças de família e quadros herdados do pai pintor. Encantadoramente silenciosa, ficava afastada da rua, cercada de flamboyants e na garagem repousava ‘César’, um Alfa-Romeo branco.

Passei tardes inesquecíveis naquele espaço mágico, onde sempre ansiava estar, mesmo nas férias escolares. Lá fiz amigos novos e me sentia bem recebido. A casa ainda existe, apesar das tantas alterações, que modificaram sua fachada original...

 

Tê-la conhecido, desfrutar de sua convivência, aprender com D. Helena, foi um inestimável privilégio cuja lembrança da memória jamais se apagará.

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